"O puro acto de ditar é profundamente repressivo", dizia-nos um pai a quem perguntámos a sua opinião sobre o assunto.
Em seguida, mandou-nos escrever o que ele nos ia ditar. Deixamos aqui o ditado que fizemos. O que nele está expresso contém tudo o que gostaríamos de dizer sobre o ditado.
"O que eu faço agora é ditar. Alguém escreve o que eu digo, sem pressões de correcção caligráfica ou ortográfica porque o objectivo deste ditar é exprimir o que eu penso sobre o que é isso de ditado. Assim, no fim do ditado, o que fica é a ideia. Ninguém vai contar os erros, ver se os s estão, em vez de os z ou se o acento está no lugar. O que eu irei procurar é a fidelidade com que foi concebida a minha ideia.
O outro ditar resume-se somente à procura de saber se a criança tem as palavras no lugar, ou seja:
Não interessam as ideias, interessam as palavras; não interessa o valor das palavras, interessa somente o ordenamento dos símbolos que fazem a palavra.
Pergunto: as ideias não estão primeiro que a ordem?
E pergunto também: o que tem mais valor, ditar par deixar uma ideia ou ditar para testar uma mecanização?"
Podem continuar a ler este artigo neste livro:
Sem comentários:
Enviar um comentário